domingo, 25 de maio de 2008
terça-feira, 29 de abril de 2008
Divulgando pensmentos...
PENSAMENTO PARA O DIA – 29/04/2008
Se você deseja que os outros lhe honrem, você deve honrá-los também. Se os outros devem servir-lhe, você deve servi-los primeiro. Em verdade, nenhuma felicidade pode igualar-se à felicidade de servir aos outros. Pareça-se com um relógio; ele não tem nenhuma aversão. Ele mostra o tempo correto a todos, independentemente da pessoa que vê o tempo.
SATHYA SAI BABA
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Lápis 'cor da pele' da Faber Castell, apelidos e expressões racistas, o que nós educadores temos a ver com tudo isso?
(Por Julia Dietrich, do Aprendiz)
“Quando tinha uns seis anos de idade ouvi de vários colegas que eu tinha nascido na torradeira. Lembro de ter perguntado a minha mãe várias vezes de onde eu vim por ser diferente deles”,
“Parece brincadeira, mas tenho medo de me expor a situações onde comentários desse tipo possam surgir”, complementa.
A situação vivida pela jovem negra, que preferiu não se identificar, não é exceção. Segundo os dados da tese de doutorado da socióloga Rita Fazzi, professora da Pontifica Universidade Católica de Minas Gerais, em discussões nas salas de aula, as crianças são capazes de reverberar extenso repertório racista, com xingamentos que vão de “tição” a “leite azedo” e poucas passam ilesas pelo período. No contexto internacional, segundo a Anti-Defamation League (em português, Liga Antidifamação) dos Estados Unidos, até os seis anos de idade cerca de 50% das crianças já apresentaram atitudes preconceituosas. Segundo os textos da organização, as práticas discriminatórias que começam cedo muitas vezes vêm disfarçadas de supostas brincadeiras, travestidas de uma certa inocência.
Para a psicóloga da Equipe de Diagnóstico e Atendimento Clínico (Edac), Mariana Ticahuer, o valor do ato de apontar as diferenças está relacionado à idade da criança.
“Quando uma criança é muito pequena e acontece algum episódio em que ela aponta uma diferença, como, por exemplo, ao entrar em um elevador, ela comentacom a mãe que a vizinha ali presente é gorda, ela dificilmente sabe que está
agredindo ou magoando tal pessoa. Porém, as crianças mais velhas, que apontam as diferenças de forma pejorativa, por certo, têm consciência do mal que estão fazendo, mesmo sem saber precisar a intensidade das suas ações”, explica.
De acordo com estudos internacionais, as crianças começam a perceber as diferenças raciais dos três aos cinco anos de idade e, ao passar do tempo, passam a julgá-las moralmente.Para a psicóloga Mariana, a educação e os valores que são passados em casa influenciam no modo com a criança se relaciona com o ambiente e com as pessoas que estão a sua volta.
“Por isso o educador e a escola devem trabalhar com as diferenças mesmo antes que a discriminação aconteça. Explicar o porquê das diferenças e como é importante o contato com elas pode prevenir situações como a de M.”, explica.
“Contudo, se a discriminação ocorre, é importante que haja o diálogo com a criança e muita orientação, além de uma importante conversa com os pais”, complementa.
Em discurso especial proclamado em 2006, o ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (NOU) Kofi Annan indicou que o combate ao preconceito começa cedo, antes mesmo que ele surja.
“Nenhum de nós nasceu para odiar. A intolerância aprende-se e, portanto, é possível desaprendê-la. As garantias jurídicas são uma parte fundamental desta luta, mas a educação deve estar em primeiro plano. A educação pode favorecer a tomada de consciência e cultivar a tolerância. Deve começar em casa - onde, afinal de contas, têm origem muitas das atitudes racistas -, continuar na escola e ser integrada no nosso discurso público. Nesta luta contra a intolerância, os cidadãos devem ser simultaneamente professores e alunos”, concluiu.
Gostaria de contar-lhes a seguinte história:Quando meu filho ingressou na escola de educação infantil, chegou aqui em casa certo dia dizendo que queria ser "cor de pele".Gostaria de informar que somos negros. Meu marido é branco. Nosso filho, mestiço.Não conseguimos entender o desejo dele, pois ele já era cor de pele - foi o que respondi: "Filho, você é cor de pele. Cor de pele negra".Esse tema rondou a casa por semanas até que um dia fui à escola descobrir o que estava havendo. E, para minha surpresa, o fato era uma mistura de incompetência para a diversidade brasileira vinda da própria professora e, muito fortemente, saída também da Faber-Castell, que tem na sua caixa de lápis de 36 cores uma cor chamada PELE.Que cor é essa? Um salmão, rosa-claro, rosinha a que o fabricante denomina PELE. Pele de quem, me pergunto? Pele branca, é claro.Não seria legítimo em um país de maioria negra que houvesse também uma cor na caixa de lápis para quem não tem pele branca? Ressalto que, sim, embora as estatísticas camuflem esse dado, o Brasil é um país de maioria negra. E posso informar bibliografia consistente sobre o assunto, se necessário.Ou insiram uma nova cor, que contemple a pele negra, ou mudem o nome dessa, por favor.Meu filho está com sete anos agora e já faz tempo que sabe que é "marronzinho", como ele mesmo dizia. Mas entendeu nesse exato momento em que quis ser "cor de pele" que a Faber Castell o submeteu a um preconceito disfarçado. Camuflado em uma caixa de lápis que vemos nas propagandas cantantes, coloridas, sorridentes da marca.O fato é que desde essa época - e faz tempo! tento por este canal (a autora se refere aos inúmeros mails que mandou à referida empresa), sem sucesso, um contato com a Faber-Castell. O fato é que semana passada, fazendo uma compra pude ver que a cor PELE continua na caixa de lápis fabricada por vocês (Faber Castell).Quero uma resposta e providências em uma semana, por favor.
Porque hoje acordei cansada de ser ignorada.Aproveito para informar que, desta vez, usarei todos os recursos necessários para que minha reclamação atinja os canais destinados a ela, bem como instituições que se preocupam com a questão no Brasil.Atenciosamente, muito atenciosamente,
Denise Camargo
Presenciei outras narrativas de educadores que mostram a grande dificuldade das crianças negras ao se auto-retratarem, utilizarem cores escuras (preta, marrom) para colorirem seus desenhos. Dada a negatividade na linguagem de nossa cultura para os termos preto e negro – ‘a coisa tá preta; lista negra; humor negro’ entre outras expressões, embora seja explicável que as crianças negras não se sintam estimuladas a considerar positivamente tais cores, é inaceitável que continuemos a ignorar o quanto essas pequenas ações são danosas as nossas crianças brancas e negras (afinal se as crianças negras tem sua auto-estima prejudicada as crianças brancas estão aprendendo a perpetuar o racismo.
Em um trabalho na Faculdade de Educação/USP com o livro Menina bonita do laço de fita lido e discutido com crianças na creche da USP, as crianças negras inicialmente faziam seus desenhos pintando a si próprios com a tal 'cor da pele' da Faber Castell. Algumas depois da leitura do livro ficavam muito surpresas de a cor negra poder ser associada à beleza...
É urgente e necessário que nos envolvemos de corpo e alma neste cotidiano escolar para fortalecermos nossas crianças para que possam enfrentar o racismo, sem comprometer o desenvolvimento psíquico de nossas crianças negras com os constantes bombardeios racistas presentes nas expressões de nossa língua e cultura, evitando que elas diminuem sua auto-estima e ao mesmo tempo educarmos as crianças brancas para que não reproduzam o racismo.
Os dados divulgados por Eliane Cavalheiro no texto a seguir são alarmantes.
Não podemos deixar que a 10639/03 transformada na lei 11.645/08 caia em um vazio e retroceda os pequenos avanços que conseguimos ao logo desses cinco anos de sua implementação. Afinal, a 10639/03 (mesmo com seu substitutivo) não é oriunda de nenhum decreto de baixo pra cima, mas é resultado de uma conquista real de mudança curricular nascida de uma reivindicação pra lá de secular dos educadores negros de nosso país.
Denise Camargo pode contar com o blog da História em Projetos na divulgação de um processo ou até mesmo de uma campanha de boicote à Faber Castell e a seus produtos.
Acredito que a sociedade civil, comprometida com a construção de uma sociedade mais solidária precisa se organizar e encampar ações de denúncia e boicote diante do relatado por Denise Camargo.
Finalmente, destaco uma entrevista com a educadora e pesquisadora Eliane Cavalheiro que nos informa sobre a atual situação da implementação da 10639/03 em nossas escolas:
(Adriana Brendler Repórter da Agência Brasil)
A avaliação foi feita por Eliane Cavalleiro, pesquisadora na área de educação e racismo da Universidade de Brasília (UNB), durante palestra realizada hoje (16) na Conferência Nacional de Educação Básica, em Brasília.As políticas de combate à desigualdade racial desenvolvidas pelo Ministério daEducação (MEC) foram interrompidas a partir de 2007 e estão causando retrocessona implementação de ações educacionais na área étnico-racial em estados e municípios. Entre elas, o cumprimento da Lei 10.639, de 2003, que torna obrigatório o Ensino de História e Cultura Afro-brasileiras e Africanas nas escolas.
Segundo a professora, que foi coordenadora-geral de Diversidade e Inclusão Educacional do MEC de 2004 a 2006, várias políticas, como a de apoio técnico e financeiro ao Programa Cultura Afro-Brasileira, desenvolvido no período em que ela esteve na instituição, foram interrompidas em 2007.
De acordo com ela, durante esses dois anos o MEC repassou recursos financeiros e técnicos a municípios para implantação de escolas em comunidades quilombolas, para distribuição de material didático-pedagógico e para ações de formação continuada de professores.
“Eram políticas importantíssimas para a implementação de uma educação anti-racista, ao combate de fato à discriminação que está presente no cotidiano escolar. Na medida em que ele [MEC] pára, as ações nos estados e municípios também param. Há uma interrupção de 2006 até 2008, há um retrocesso institucional no combate ao racismo” afirmou Eliane Cavalleiro.
Para a pesquisadora, a política do MEC na área étnico-racial é descontínua, fragmentada e frágil, inclusive em termos de recursos humanos. Como exemplo, citou a equipe da Coordenação de Diversidade e Inclusão Educacional, que tinha mais de 20 técnicos há dois anos e hoje foi reduzida a menos da metade.
Presente à conferência, o diretor do Departamento de Educação para Diversidade e Cidadania do MEC, Armênio Schmidt, respondeu às criticas, mas confirmou a suspensão da distribuição de material didático e de ações de formação de professores na área étnico-racial em 2007. Segundo ele, a interrupção, “apenas externa”, nas ações voltadas à questão racial, ocorreu por causa das mudanças no sistema de financiamento do MEC.
Durante os debates, que seguiram à exposição da pesquisadora, a falta de material didático, definições e orientações pedagógicas para tratar tanto a temática racial como as situações de discriminações e racismo nas escolas foram apontadas por professores da educação infantil e ensino fundamental. Marinês Militão, professora de educação infantil, nível de ensino onde há maior concentração de alunos negros, disse que não tem material para trabalhar em sala de aula.“O MEC ficou esse período de 2007 construindo uma nova forma de indução de políticas, de relação com estados e municípios, que foi o Programa de Ações Articuladas. Durante o ano passado realmente não houve publicações e formação de professores. Mas, na nossa avaliação, não houve um retrocesso, porque isso vai possibilitar uma nova alavanca na questão da Lei (10.639). Agora, estados e municípios vão poder solicitar a formação de professores na sua rede, e o MEC vai produzir mais publicações e em maior número” argumentou.
“Eu já pedi mil vezes para o MEC, mas até agora nada”, lamentou.Schmidt informou que o MEC está em fase de levantamento das demandas dos estados e municípios. De acordo com ele, novos materiais didático-pedagógicos ligados à questão racial devem voltar a ser distribuídos pelo ministério a partir do segundo semestre deste ano. A estimativa de prazo é a mesma para novas ações de formação de professores, que devem ser realizadas na modalidade à distância.
Divulgando pensamentos...
PENSAMENTO PARA O DIA – 28/04/2008
Quando uma árvore germina da semente, ela surge como um caule fino com duas folhas incipientes. Mas mais tarde, quando cresce, o tronco é um e os ramos são muitos. Cada ramo pode ser suficientemente grosso para ser chamado de tronco, mas não se deveria esquecer que é através do tronco que as raízes nutrem os ramos com a seiva vivificante. De forma semelhante, é o Deus único que alimenta a fome espiritual de todas as nações e fés com o alimento da verdade, da virtude, da humildade e do sacrifício.
SATHYA SAI BABA
domingo, 27 de abril de 2008
Divulgando pensamentos...
PENSAMENTO PARA O DIA – 27/04/2008
O Deus Supremo expressou-se inicialmente como os cinco elementos: o céu, o vento, o fogo, a água e a terra. Toda a criação é somente uma combinação de dois ou mais desses elementos, em proporções variadas. A natureza característica desses cinco elementos é o som, o toque, a forma, o sabor e o aroma, as quais são reconhecidas pelo ouvido, a pele, o olho, a língua e o nariz. Nessas circunstâncias, uma vez que eles são saturados com o Divino, cada um deve usá-los reverentemente e com humildade e gratidão. Use-os inteligentemente para promover a prosperidade dos outros e a sua; use-os com moderação e no caridoso serviço à comunidade.
SATHYA SAI BABA
sábado, 26 de abril de 2008
Divulgando pensamentos...
PENSAMENTO PARA O DIA – 26/04/2008
Espalhado sobre em uma superfície plana, pode haver ouro, prata, cobre, limalha de ferro, diamantes, rubis, sedas e outras coisas de valor. O ímã não presta nenhuma atenção a todos esses, ele seleciona somente a limalha de ferro. É a mesma coisa com os devotos. Deus não os seleciona com base na prosperidade. Ele procura a pureza do coração.
SATHYA SAI BABA
sexta-feira, 25 de abril de 2008
MPC 1/5 - CIRCO VOADOR C/ BLACK ALIEN
DJs do Opalão76 Hip Hop Crew
Batalha do Conhecimento - edição especial
MC Marechal
MC Funkero lançando a mix tape "Poesia Marginal"
Grafite com Acme
Racha de B-Boys com TJM Crew
DJ Grandmaster Raphael e MCs de Funk convidados
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: BLACK ALIEN
Entrada: R$20 e R$10 doando 1 livro ou 1 KG de alimento.
Divulgando boa música...
1968 - Os Mutantes
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1969 - Mutantes
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1970 - A Divina Comédia
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1970 - Tecnicolor
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1971 - Jardim Elétrico
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1972 - Os Mutantes E Seus Cometas No País Do Bauretz
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1973 - O 'A' E O 'Z'
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1975 - Tudo Foi Feito Pelo Sol
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1977 - Mutantes Ao Vivo
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2006 - Ao Vivo - Barbican Theatre, London
1°Parte: http://w11.easy-share.com/713241.html
2°Parte: http://w11.easy-share.com/713315.html
PARANOID ANDROID + ULTRAPOP ::: Cine Lapa ::: 25/04
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V Colóquio Internacional Trabalho Forçado Africano
V Colóquio Internacional Trabalho Forçado Africano – Brasil, 120 anos de Abolição.
Em 2008, a abolição da escravatura no Brasil completa 120 anos. Como se sabe, o Brasil foi o último país nas Américas a extinguir a escravidão, evidenciando a importância desta instituição nas ex-colônias portuguesas. Com o objetivo de fomentar e consolidar as redes de investigação neste campo, garantindo formas de difusão do conhecimento já produzido a esse respeito, a Secretaria de Cultura, através da Fundação Pedro Calmon, em parceria com o CEAUP, com o Programa de Pós Graduação em História da UFBA, o Programa de Pós Graduação em História da UEFS e a Pró Reitoria de Extensão da UNEB realizarão, em novembro de 2008, a primeira edição no país do Colóquio Trabalho Forçado Africano.
O Colóquio Trabalho Forçado Africano que o Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP) vem organizando desde 2004, visa a promoção do diálogo entre pesquisadores e a divulgação para o público em geral das modalidades do trabalho forçado africano, desde o século XVI até a atualidade.
Com um foco comparativo, o Colóquio pretende evidenciar como e porque o trabalho forçado africano – sob qualquer uma das muitas modalidades que revestiu – foi estruturante da maioria das sociedades da América e da África. Por isso, considera-se que as pesquisas concernentes a todas as áreas geográficas nas quais esta relação social se desenvolveu, da América do Norte ao Transvaal são pertinentes a este Colóquio.
O tráfico de escravos em larga escala marcou profundamente a história do continete africano e das ex-colônias portuguesas. Por conta desse tráfico, grandes contigentes populacionais foram lançados numa aventura involuntária para a Europa, o Caribe e as Américas. O tráfico, a escravização de africanos e o trabalho forçado no pós-emancipação constituíram fases de um processo com muitas continuidades.
Considerando que em quase toda a África ocidental e central o tráfico atlântico durou até a década de 1860, que sociedades escravagistas se desenvolveram no interior das áreas afetadas pelo tráfico e que pouco tempo depois se instalaram nessas regiões os novos poderes coloniais, pode-se falar de um trabalho forçado africano ininterrupto. É sabido que durante o século XX, as administrações europeias adotaram nos seus territórios africanos uma extraordinária tolerância com a manutenção do trabalho compelido.
É razoável prever que um número elevado de investigadores brasileiros sobre o tráfico atlântico e as formas de trabalho forçado durante e depois da escravidão possam partilhar os resultados das suas pesquisas com colegas europeus e africanos no V Colóquio Internacional Trabalho Forçado Africano. É também possível antecipar que, da perspectiva comparada, deverão igualmente esperar-se novas pistas de pesquisa, a explorar as temáticas do colóquio.
A realização do V Colóquio Internacional Trabalho Forçado Africano – Brasil, 120 anos de abolição também possibilitará que se reuna, pela primeira vez, a rede EURESCL, acrónimo de um projecto euro-afro-americano para o estudo do trabalho forçado africano, que engloba o CNRS francês bem como as universidade de Hull, Porto (CEAUP), Dakar e Toronto. Assim como nos anos anteriores, o Colóquio ainda resultará numa publicação com textos nessa área do conhecimento.
Inquérito sobre o Saci
Folclorista de Sorocaba 'reabre' inquérito sobre o Saci-pererê |
Alguém sabe do paradeiro do negrinho travesso de uma perna só? Curioso para saber como anda e onde anda o Saci-pererê, o historiador e folclorista sorocabano Carlos Cavalheiro propôs a reabertura do "inquérito sobre o Saci". O primeiro inquérito sobre o malandrinho, que dá nó em crina de cavalo, foi proposto por Monteiro Lobato em 25 de janeiro de 1917. Através do jornal O Estado de São Paulo, o escritor deu início a sua campanha, pedindo aos leitores que enviassem cartas contando suas experiências com Saci-pererê. Esse material rendeu o livro O Sacy-Pererê, resultado de um inquérito. "Proponho, ousadamente, a reabertura do Inquérito. Já recebi algumas respostas. A idéia é que, de alguma forma, esses causos sejam publicadas num só volume, no dia 25 de janeiro de 2007, quando se comemorará 90 anos de Inquérito sobre o Saci", explica Cavalheiro. Os interessados podem mandar suas histórias para o e-mail: carlosccavalheiro@yahoo.com.br. "O objetivo é recolher as histórias sobre o Saci que ainda povoam o imaginário das pessoas. Será um diagnóstico sobre como, noventa anos depois, o imaginário popular lida com a figura do Saci, um dos grandes mitos populares", explica o pesquisador sorocabano. |
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SATHYA SAI BABA
quinta-feira, 24 de abril de 2008
O QUE VOCÊ CONHECE DE CULTURA NEGRA?
O QUE VOCÊ CONHECE DE CULTURA NEGRA?
A culpa é do Fidel??? Sim é!!!
S. Paulo - Um velho combatente anti-racista, acusado de subversão racial pelo regime cubano, o professor Carlos Moore, 65 anos, protagonizou uma cena carregada de emoção, ao contar sua trajetória durante o período da revolução. “Eu mesmo fugi do país protegido pelas Embaixadas africanas. E depois vivi o exílio no Egito, na França, na Nigéria, no Senegal, na Jamaica, Guadalupe, Trinidad Tobago...’, contou com a voz embargada pelas lágrimas.
O episódio aconteceu durante o Seminário Internacional de Ações Afirmativas, promovido pela Coordenadoria Especial de Assuntos da População Negra, da Prefeitura de São Paulo, na semana passada. Ao responder a uma pergunta sobre a situação racial de Cuba, Moore, que vive em Salvador/BA, fez um histórico do Movimento Negro cubano, relatando que, depois de participarem ativamente da guerra da independência da Espanha, os negros foram proibidos de participar do Executivo, da polícia e excluídos até das escolas públicas. Representavam, então, 64% da população da Ilha.
Foi a primeira vez, em sete anos vivendo no Brasil que Moore aceitou falar sobre a questão racial em Cuba. “Eu tinha de dar uma resposta verdadeira a um companheiro que me fez uma pergunta e não podia me esquivar. Eu aceito a responsabilidade sobre o que estou dizendo”, afirmou. O crime de subversão racial não existe na legislação cubana, embora o regime o aplique sistematicamente, sujeitando os acusados a penas que variam de 10 a 15 anos de prisão.
Moore conviveu e trabalhou como segurança e tradutor de Malcom X, o líder negro norte-americano, no último período de sua vida, a partir de novembro de 1.964. Malcom foi morto em 1.965.
Genocídio
Segundo Moore, depois de participarem ativamente das lutas pela independência da Espanha, em 1.912, os negros cubanos organizaram-se no Partido Independentista, o primeiro partido político de negros da Ilha, sendo vítimas de um verdadeiro genocídio em que, de 12 a 15 mil, foram simplesmente assassinados. “Toda a classe média negra cubana foi massacrada”, acrescentou.
No final dos anos 40, depois da segunda Guerra Mundial, o Movimento Negro ressurge em Cuba com Juan José Betancourt Bencomo. Durante o período da Revolução, em 1.959, a população negra estimada era de 45 a 48% da população do país.
Buena Vista
Em 1.959, as “Sociedades de Cor”, como eram chamados os clubes negros, como o Buena Vista Social Club (retratado no filme de Ry Cooder), foram simplesmente extintos e suas sedes derrubadas. “Eram sociedades negras cubanas que foram proibidas. Buena Vista Social Club era um desses clubes. Existiam cerca de 500. Fidel determinou que eram movimentos racistas. E se recusou a se reunir com dirigentes negros”, contou.
Segundo Moore, na época Betancourt publicou uma carta aberta que, em resumo, dizia. “Nós respeitamos vocês como nacionalistas e revolucionários. Mas, não venham nos dizer o que entendem por racismo e discriminação em Cuba”. É também dessa época a “Doutrina Negra: como vencer o Racismo institucional”, uma plataforma com 332 páginas, na qual se propunha a derrota do racismo.
“Todos os dirigentes foram presos. Quem não foi preso teve de fugir. Os clubes negros foram fechados. Em Cuba era proibido se falar no genocídio de 1.912”.
Revolução
Nos primeiros anos da Revolução, o Movimento Negro ressurge com Waltério Carbonell. “Carbonell foi destruido num Hospital Psiquiátrico. Eu mesmo fugi do país, protegido pelas embaixadas africanas. Depois de 28 dias numa prisão, acusado de subversão racial, tinha então 19 anos, e estava convencido de que ia ser executado. Eu e outros dirigentes éramos apontados como porta-vozes do novo racismo negro, submetidos aos Tribunais. Foi obrigado a uma declaração em que confessava que estava errado ao falar de racismo por não conhecer Cuba e confundir Cuba com os EUA”, acrescentou. Segundo Moore, o dirigente, provavelmente 72 anos (ele não sabe ao certo) bastante debilitado e doente , ainda vive, porém, psicologicamente foi destruído.
Moore contou que, com a queda da União Soviética, o Estado cubano reconsiderou a questão racial , e ele, 34 anos depois de ter perdido o direito de se declarar cubano, o recuperou. “Só depois de 34 anos, Fidel Castro me permitiu retornar com a condição de não falar em racismo e não posso ficar mais de 42 dias no meu país”, acrescentou.
Apesar disso, Moore está mais otimista, depois que Raul Castro, irmão de Fidel, assumiu o poder com o afastamento de Fidel com a saúde debilitada. “Depois de 48 anos de repressão, sob essa questão está tomando essa direção sob Raul Castro. O regime passou a admitir discutir o tema do racismo, porém, apenas entre os quadros do Partido Comunista, que representa somente 5% dos cubanos”. Não se atreve a discutir esse tema na sociedade.”
No final, ainda emocionado, e sob aplausos, Moore desculpou-se. “Me aconteceu algo que nunca me acontece. A memória do que aconteceu chegou a me perturbar”.
No momento, a população negra de Cuba é calculada entre 62% e 64% da população do país.
Família de médica denuncia pressões e espera Justiça
Por: Redação - Fonte: Afropress - 21/4/2008
Os réus são alunos do Curso de Odontologia da Universidade Regional de Gurupi (Unirg) e pertencem à famílias influentes na cidade. São acusados do crime de injúria racial, com base nos artigos 140 e 141 do Código Penal. Se condenados, podem pegar penas que variam de 2 a 3 anos de cadeia.
O processo está em fase de alegações finais. As testemunhas de defesa e de acusação já foram ouvidas e o Ministério Público pediu a condenação. Também tramita na Justiça de Gurupi, uma ação na área cível, que pede a responsabilização dos réus por danos à imagem da médica e de sua família.
Falsidade ideológica
Neste domingo (20/04), o marido da médica, o estudante de Direito, Osvaldo Vandunen, denunciou as pressões que a família vem sofrendo por ter levado o caso à Justiça. Entre essas pressões, ele contou que, na semana passada, a advogada Gleivia de Oliveira Dantas(OAB/TO 2246), dizendo-se portadora de procuração de Arminda, protocolou pedido de informações junto ao Secretário de Saúde da cidade, Fortunato Soares, pedindo informações sobre a ficha funcional da médica. A família não conhece a advogada e jamais lhe passou procuração, o que configura um típico caso de falsidade ideológica.
“Tal pedido de informações, deveria ser endereçado por nossos oponentes ao Juíz que por sua vez determinaria a secretaria que fornecesse as informações.Não temos nada a esconder, até mesmo porquê, a vida profissional e financeira da minha esposa está exposta no processo e fartamente comprovada por documentos - holerites, declaração anual de Imposto de Renda e outros mais. A forma torpe e criminosa conforme agem os nossos adversários diz bem contra quem estamos litigando”, afirma Vandunen.
Vandunen disse que representará contra a advogada por falsidade ideológica junto à OAB de Gurupi, a Estadual e a OAB nacional pedindo providências e fará formalmente a denúncia à imprensa local. “Eu não vou fugir. Temo pela minha segurança e integridade física da minha família, mas vou enfrentar. Vamos iniciar mais uma batalha nesta guerra, que é longa sem sombra de dúvidas”, concluiu. `
Só para lembrar
O caso de racismo ocorreu no dia 10 de dezembro de 2006, quando a médica angolana – desde 1.993, no Brasil – dava plantão no Hospital Municipal da cidade. Um grupo de estudantes, filhos de famílias influentes, que acompanhavam um colega que passava mal por excesso de álcool, descontentes por terem sido atendidos por uma médica negra, passaram a ofendê-la. “Negra macaca, esse remédio vai matar o nosso amigo. Você nem tem cor para saber o que está fazendo. Onde está o teu CRM? Você nem é médica”. Alguns tentaram agredi-la fisicamente.
Osvaldo Vandunen disse que a mulher chegou chorando em casa. O caso ganhou repercussão e visibilidade porque os dois acusados chegaram a ficar presos na Delegacia da cidade por 72 horas, sendo depois liberados mediante o pagamento de fiança. “Continuamos confiantes na Justiça e acreditamos na condenação”, conclui Vandunen.
Brasil terá 1º negro no Hipismo
Por: Redação - Fonte: Afropress - 22/4/2008
Foi no Pan do Rio, em 2007, onde conquistou a Medalha de Bronze por Equipe no Adestramento, modalidade que estreou em pista em 2006. Também é a primeira vez que um cavaleiro negro integra uma equipe brasileira de hipismo e participa no Adestramento na história das Olimpíadas.
A confirmação da vaga aconteceu na última sexta-feira (18/04), no Clube Hípico de Santo Amaro, quando Clementino ultrapassou o índice de 64% numa das notas de dois juízes internacionais, montando o cavalo Nilo V.O., da raça Puro Sangue lusitano, de propriedade de Victor Oliva, da Coudelaria Ilha Verde, de Araçoiaba da Serra, cidade da região metropolitana de S. Paulo.
Na seletiva anterior ele havia atingido 68% e 66%. Para entrar numa Olimpíada, o regulamento exige que o índice seja alcançado em duas das cinco seletivas.
História de superação
Rogério Clementino nasceu em Ivinhema, Mato Grosso do Sul e começou a montar cedo. De família humilde, foi peão de fazenda e rodeio, onde também montou em touros. Há sete anos, foi trabalhar no haras de Oliva, empresário que já foi considerado o “rei da noite paulistana”, ex-marido da jogadora Hortência, da seleção brasileira de basquete.
Oliva apostou no potencial do cavaleiro e ofereceu a infra-estrutura necessária para transformá-lo em um atleta de ponta. Entre as vitórias conquistadas por Clementino está a medalha de bronze por equipe no Pan do Rio e os títulos de campeão Brasileiro Sênior 2006 e Campeão Brasileiro Sênior Top em 2007.
O adestramento clássico é um esporte que se originou no século XVI, na Itália, à época do Renascimento e foi a primeira modalidade hípica nos Jogos Olímpicos, desde 1.912, em Estocolmo, na Suécia. No Brasil, o esporte passou a se desenvolver a partir de 1922, quando da vinda da Missão Militar Francesa, e se tornou esporte oficial em 1.941 com a fundação da Confederação Brasileira de Hipismo, com sede no Rio de Janeiro. É praticado, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.
Quem é
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMO EQUITADOR:
• Iniciou como equitador com o cavaleiro leandro Silva, primeiro cavaleiro a montar um cavalo Puro Sangue Lusitano em Jogos Pan-americanos, em 2003, no Pan de Santo Domingo.
• Foi aluno de Adestramento de Rosangele Riskalla, Infrid Troyko, Eric Lett – técnico da equipe brasileira no Pan do Rio.
• Atualmente faz clínicas mensais com Johan Zagers, treinador alemão e Campeão Europeu de Adestramento que vem mensalmente ao Brasil ministrar aulas para os ginetes da Coudelaria Ilha Verde.
• Fez cursos de Equitação de Trabalho – modalidade onde conquistou vários títulos.
• Passou uma temporada em Portugal participando de cursos de aperfeiçoamento e de apresentação de animais à mão em pista.
TÍTULOS MAIS RECENTES:
*Campeão Brasileiro Sênior de Adestramento em 2006
* Campeão Brasileiro Sênior Top de adestramento em 2007
* Medalha de Bronze por Equipe nos Jogos Pan-americanos de 2007
CONVITE
Em 10 de abril, fez 2 anos que perdemos nosso companheiro Anderson, presidente do Sintrafrio-RJ , diretor da Contac-CUT , militante anti-racismo e filiado ao Partido dos Trabalhadores, membro da Corrente O Trabalho do PT.
Anderson foi vítima de um brutal assassinato que continua sem solução.
São dois anos sem Anderson e sem justiça!
"O assassinato de um militante não representa apenas a morte daquela pessoa. É um pouco o assassinato de sua causa, da luta que abraçou em vida. "Cada um desses assassinatos está impedindo que a comunidade, através da palavra daquela pessoa, possa ter um maior acolhimento das suas pretensões pelo poder público"(trecho do livro Plantados no Chão de Natalia Viana)
ATO PÚBLICO
JUSTIÇA PARA ANDERSON
24 DE ABRIL ÀS 18:00
CUT-RJ
Avenida Presidente Vargas, nº 502, 15º andar
Maiores informações:
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SINTRAFRIO-RJ – 21 3259-2350 / 3259-2351
MANDATO ALESSANDRO MOLON do PT –21- 25881402
COMITÊ PELA APURAÇÃO DO ASSASSINATO DE ANDERSON – comiteanderson@grupos.com.br
Fúria judicial contra as mulheres
NILCÉA FREIRE *
Está em curso, em Mato Grosso do Sul, um episódio assustador e de imensa fúria persecutória contra os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, no Brasil.
Nada menos do que 9.896 mulheres mato-grossenses estão prestes a serem interrogadas e levadas a julgamento, num só processo, no qual são acusadas de terem provocado abortos, desde o final dos anos 90, conforme decisão do juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Mato Grosso do Sul, Aloísio Pereira dos Santos. A decisão, historicamente inédita, é tão injusta quanto estarrecedora, apesar de encontrar amparo na legislação brasileira.Em abril do ano passado, houve a instalação de um inquérito contra a proprietária de uma Clínica de planejamento familiar, com 20 anos de funcionamento no centro de Campo Grande (MS), acusada de praticar abortos. A apreensão de milhares de prontuários médicos daria origem ao processo em massa contra as quase 10 mil mulheres.
A delegada Regina Márcia Rodrigues Mota, que conduz o caso, afirmou que está estudando "a organização de uma força-tarefa para concluir os inquéritos e remetê-los à Justiça". O promotor de Justiça Paulo César dos Passos fundamentou: "A pressa é para evitar a prescrição do delito, que ocorre em oito anos."
No ímpeto de condenar, a Justiça promoveu constrangimentos ilegais. Prontuários médicos, dos quais as instituições de Saúde são as guardiãs, segundo a legislação brasileira, foram apreendidos e colocados à disposição da curiosidade de quem quer que seja. Na seqüência, o juiz recuou, devido à grande procura - principalmente de homens - por interessados em saber o nome das clientes.
Qual é a real motivação de tamanha truculência? Será que realmente é o caso de se instituir uma força-tarefa como se estivéssemos tratando de uma horda de delinqüentes de elevada periculosidade para a vida em sociedade? Está sendo justa a Justiça? E a responsabilidade dos 9.896 homens supostamente associados àquelas gestações? Também será em algum momento lembrada e cobrada judicialmente?
O Brasil é signatário de diversos instrumentos jurídicos e acordos internacionais, entre eles a Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra as mulheres e a Plataforma de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, no Cairo, que visam a assegurar o direito à Saúde sexual e reprodutiva das mulheres. O aborto provocado é reconhecido, mundialmente, como um importante problema de Saúde pública, especialmente nos países cujas legislações restringem a sua prática, como é o caso brasileiro.
Enquanto a taxa de aborto por 1.000 mulheres é de 4/1.000 em países como a Holanda, no Brasil a estatística é 10 vezes maior: 40/1.000. Não há família, no sentido amplo, que não tenha vivenciado esse drama.
Esse descompasso entre a vida cotidiana das pessoas e a criminalização da prática do aborto fica evidente no episódio em curso na Justiça mato-grossense, além de comprovado por inúmeras pesquisas especializadas.
Para se ter uma idéia, segundo a pesquisa aborto induzido: Conhecimento, Atitude e Prática de Ginecologistas e Obstetras no Brasil, realizada em 2005, pelo Centro de Pesquisas em Saúde Reprodutiva de Campinas (Cemicamp), aproximadamente 80% dos ginecologistas e obstetras ouvidos (3.386 profissionais) que viveram alguma situação de GRAVIDEZ indesejada em suas vidas (homens e mulheres) optaram pela interrupção voluntária da GRAVIDEZ, mesmo fora das possibilidades legais vigentes.
O mesmo levantamento, contudo, nos informa que cerca de 50% dos médicos respondentes à pesquisa e que trabalham em serviços públicos de Saúde, diante de um caso de aborto - ainda que previsto em lei - optam por pedir a outro profissional para que realize o procedimento.
Outro estudo do Cemicamp revela que, no âmbito do Poder Judiciário, quatro de cada cinco magistrados que vivenciaram uma GRAVIDEZ indesejada decidiram que a situação justificava a prática do aborto. No entanto, cerca de 50% dos juízes não abrem mão da exigência de alvará judicial para autorização da prática de aborto prevista em lei (casos de risco iminente de morte para a mãe e Estupro), procedimento desnecessário conforme as próprias normas jurídicas vigentes.
Esses indicadores demonstram que, quando estamos mais próximos de quem vivencia uma GRAVIDEZ indesejada, é maior a tendência a justificar a interrupção voluntária da gestação, ainda que isso não signifique alteração na rejeição ao aborto em si.
Todas as pesquisas de opinião revelam que a maioria dos brasileiros preferiria que nenhuma mulher tivesse que provocar um aborto. Mesmo aquelas mulheres que terminaram por provocar um aborto manifestavam opinião contrária a essa prática, até se verem na situação que as levou a optar pela interrupção da gestação.
O que está por ser aferido - e a reação da opinião pública ao caso das 9.896 mato-grossenses poderá contribuir para esse balizamento - é a taxa de rejeição a prisões de mulheres por aborto, na sociedade brasileira.
O primeiro passo foi dado, na semana passada, por um conjunto de organizações feministas e de defesa dos direitos das mulheres, que denunciou à Subcomissão da Defesa da mulher, no Senado Federal, a violação dos direitos humanos das mulheres no contexto do caso de Campo Grande.
Urge responder, no caso de Mato Grosso do Sul, se está sendo justa a Justiça.
*Nilcéa Freire é ministra da Secretaria Especial de Políticas para as mulheres da Presidência da República.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Assista aqui na íntegra o comentadíssimo vídeo do CEAP ( Centro de Articulação de Populações Marginalizadas)
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